![]() |
Que belo sorriso amarelo, não?! |
O ano era 1995, Rubens Barrichello era a melhor chance do Brasil voltar a vencer na F1. O país buscava um novo ídolo no esporte, no ano anterior Ayrton Senna falecia, deixando uma nação entristecida. Esse cenário foi o pior possível para o Barrichello, pilotando uma Jordan equipada com motores Peugeot e competindo em uma categoria que a equipe Williams e piloto alemão Michael Schumacher dominavam, Rubinho não teve a menor chance, foi esmagado na pista e pela mídia burra. Sejamos honestos, o Rubinho em 1995 parecia uma criança, que brigou na escola, e agora precisa explicar para os pais e professores ao mesmo tempo porque brigou e o que faria para melhorar suas notas e não brigar mais. Parece piada minha, mas não é, procure no YouTube entrevistas do Barrichello naquele ano, logo você irá perceber a mesma coisa. Foi um erro grosseiro de todos colocar tanta esperança nas costas do Rubinho, foi um erro inclusive dele, que se permitia ser cobrado além do que deveria.
Rubens Barrichello foi o melhor piloto brasileiro depois do Senna, acredito que foi melhor que Felipe Massa, era muito bom guiando um F1, mas não era o Senna. Rubinho com a incrível Ferrari dos anos 2000, venceu 9 corridas - no total de 11 na carreira - , a primeira delas 6 anos após a morte do Ayrton Senna, mas não foi sua culpa, demorou exatamente esse tempo para pilotar um carro competitivo.
Não sou o primeiro a defender o Rubinho em relação as cobranças sofridas em 1995 e nos anos seguintes, o próprio já disse que errou em aceitar tanta pressão.
A internet é o paraíso, um mundo que pode ser facilmente acessado em alguns cliques, quando comecei a escrever esse texto, busquei na internet algum vídeo para ilustrar, e encontrei o melhor possível. Rubens Barrichello deu no início da temporada 1995, uma entrevista para o Roda Viva, e a cara de criança indefesa está lá. Sabatinado por bons jornalistas esportivos e por jornalistas que não devem saber o que falando, Barrichello foi respondendo questões sobre sua carreira na F1 e vida pessoal.
Confesso que tive vontade de fechar o vídeo quando escutei um jornalista comparando a fraca Jordan com a Williams. Mais assustado fiquei quando o Rubinho admitiu que sonhou em fazer pole, mas desistiu quando viu o rendimento da equipe inglesa. Parece conversa de pessoas sem conhecimento sobre o que estão falando, o problema é que o Rubinho sabia, não acredito que ele realmente acreditava que poderia derrotar a Benetton ou Williams, mas ele disse isso.
Mais para a frente, os próprios jornalistas perguntaram ao Rubinho como ele encararia a pressão que receberia a partir daquele ano, e depois veio o mestre do jornalismo automobilístico Claudio Carsugui comentando que acreditava na primeira vitória do Rubinho naquele ano. Repito, Claudio Carsugui é um mestre, um dos jornalistas mais respeitados no Brasil, e mesmo assim acreditava em uma vitória do brasileiro guiando a Jordan. Ahh, Carsugui.
E juro por Deus, o senhor Paulo Anshowinhas perguntou para o Rubinho se a beleza dele - ou falta - atrapalhava sua carreira... ¯\_(ツ)_/¯
Enfim, assistir corridas e entrevistas antigas é um passatempo divertido, principalmente porque sabemos o que deu errado, é fácil olhar para 1995 e falar que eram loucos falando sobre vitórias para a Jordan. Agora, apesar disso, ninguém falaria hoje - 2016 - que o Sérgio Perez pode vencer corridas com a sua Force India, e na boa, a Force India é mais forte que a Jordan foi em 1995. Fica a reflexão.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL6GEHr8Kg1NCqDhFfeIomFVYuGXRTy2u6dUbvx1QwVCNNDKv46-oDQbg4-R07fS4GRsTYpACWQ1FCDMy8bkg2ylB9EGejcajn5W4n9yHD0G2k8O52QjhcJGPf68cm6ACIPfw7WbYYjvI/s320/14barichellojordangpbra.jpg)